sexta-feira, 24 de agosto de 2007

"Interação ou interatividade?"



Interação? Interatividade?O que é isto meu Deus? Será que é a mesma coisa e eu simplismente tratava como sinônimos? ou o que é pior, acreditava que pudesse ser uma questão de grau de instrução a aplicação um ou de outro vocábulo.
Hoje, após a aula de Bonilla e das leituras que a sucederam percebo que mesmo em minha ignorancia tinha uma opinião que é compartilhada por muitas outras pessoas e me rótulei como senso-comum, como aquela pessoa que que via eletro-eletrônicos, brinquedos, Shows, teatro ou qualquer coisa que permitia uma certa troca como ou controle como interatividade.


Agora posso dizer que consegui perceber a diferença que não é tão sútil quanto acreditava e que não é apenas semantica se apresenta como uma barreira estreita, mas é uma barreira.
Os fundamentos da interatividade podem ser encontrados em sua complexidade na informática, no ciberespaço, na arte digital, na "obra aberta" e "participacionista" dos anos 60, na teoria da comunicação, etc. São três basicamente: 1) participação-intervenção: participar não é apenas responder "sim" ou "não" ou escolher um opção dada, significa modificar a mensagem; 2) bidirecionalidade-hibridação: a comunicação é produção conjunta da emissão e da recepção, é co-criação, os dois pólos codificam e decodificam; 3) permutabilidade-potencialidade: a comunicação supõe múltiplas redes articulatórias de conexões e liberdade de trocas, associações e significaçõescomo afirma Arlindo Machado.
Estes fundamentos, segundo Marco Silva resguardam o sentido não banalizado da interatividade e inspiram o rompimento com o falar-ditar do mestre que prevalece na sala de aula. Eles podem modificar o modelo da transmissão abrindo espaço para o exercício da participação genuína, isto é, participação sensório-corporal e semântica e não apenas mecânica.
Em síntese, a interatividade contribui para sustentar em nosso tempo, que educar significa preparar para a participação cidadã, e que esta pode ser experimentada na sala de aula interativa (informatizada ou não, à distância ou presencial), não mais centrada na separação da emissão e recepção. De resto, na sala de aula interativa, a imaginação criadora do professor é solicitada como nunca. E isto foi o que quisemos demonstrar através das dinamicas durante a apresentação do Seminário sobre interatividade.

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